segunda-feira, 27 de abril de 2015

Eleições presidenciais


I
Eleições legislativas
Só na data que convém
Surgem manobras furtivas
Viradas para Belém

II
Candidatos despontaram
Como flores na Primavera
Houve alguns que recusaram
Gravitam já noutra esfera

III
À maioria deu na telha
Enfiá-las no seu saco
Cautos, esperam um balhelha
Para o lugar de Cavaco

IV
Depois de ser investido
O PR é um garante
Corta os elos ao Partido
E preside equidistante

sexta-feira, 24 de abril de 2015

A esquerda desunida



I
Têm ideias progressistas
Que a democracia aceita
Tendências divisionistas
Que agradam à direita

II
São assim por natureza
Têm um discurso sincero
Na acção uma pobreza
Não ultrapassam o zero

III
Esforços para os unir
Baldados, nem uma esperança
Todos querem assumir
O topo da liderança

IV
Diferenças poucas existem
Apenas de pormenor
Determinados insistem
Em guindar o seu maior

V
É esta a esquerda que temos
Separada, indecisa
Não se assemelha ao Podemos
Muito menos ao Syriza.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Ser idoso é indigesto



I
Ser idoso é indigesto
Difícil de ruminar
Para além de tudo o resto
Ainda o estão a roubar

II
Os saberes dos gerontes
Perdem-se a todo o momento
Seriam valiosas fontes
Brotando conhecimento

III
A todos vai acontecer
Ignorá-lo não podemos
Começamos a envelhecer
Desde o dia em que nascemos

IV
Vão-se perdendo os contactos
Cresce o fosso com os mais novos
Estes implacáveis factos
São os brindes dos idosos

V
E com tantos maus bocados
Doenças, sós, arrelias
Já mortos são encontrados
Só depois de alguns dias

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Eles comem tudo



I
A sanha destruidora
Como agora não há exemplo
Vendem tudo; o país estoura
Vão-se as jóias do templo

II
São as empresas rentáveis
Até bancos assaltados
Prejuízos incontáveis
Não se punem os culpados

III
Mas nem tudo está perdido
Fica ainda o principal
Pois não pode ser vendido
O património imaterial

IV
Sugam o bom ao tutano
Comem tudo que é guloso
Deixam o cante alentejano
E o turismo religioso