Fantasias petrolíferas

I

A nossa frota de pesca

Foi muito desmantelada

Já quase nada nos resta

É escassa e ultrapassada

II

Para a actividade afundar

Começaram as prospecções

Se o petróleo jorrar

Talvez renda alguns milhões

III

Fecham estaleiros navais

Em vez de construir navios

Redobrem os esforços mentais

E corrijam os desvarios

Antítese

I

Há ricos em alguns países

Afirmando-se dispostos

Para combater as crises

A suportar mais impostos

II

Também há em Portugal

Gente com dinheiro a mais

Cujo destino ideal

São os paraísos fiscais


Ref: DN

Megalomania

I

Com finanças não autónomas

Pairam ali nuvens negras

Os projectos megalómanos

Passam às calendas gregas

II

Pára tudo já se vê

Resta a última gota

Façamos um T.G.V.

Que nos leve à bancarrota

Tubarões na costa sul

I

Uma resolução errada

Baixou as cotas de pesca

No mar do Algarve à molhada

Os peixes andam em festa

II

A mãe natureza controla

As estranhas situações

Para equilibrar o sistema

Enviou os tubarões

III

Fica assim bem resolvido

Este imbróglio complicado

Além do peixe perdido

Fica o banhista assustado

Administração pública

I
Muitas promessas em campanha
Chega agora a desilusão
Fartaram-se de vender banha
Ao som da velha canção
II
A escolha de dirigentes
Fora do espectro partidário
Foi um dos grandes presentes
Que morreu no aviário
III
Continua a administração
Com a estrutura do passado
Para exercer tal função
Só com boys do mesmo lado

Cidades Fantasma

I
São tristes realidades 
Que ocorrem em muitos lados
Centros históricos das cidades
Vão ficando abandonados
II
Somos ainda explorados
Sem pudor e muita arte
Nos parquímetros esfomeados
E desembolsados no parque
III
Comércio de proximidade
Encerra cada vez mais
Vamos por necessidade
Aos centros comerciais
IV
Cidadão aprisionado
De noite só televisão
Sair é muito arriscado
Há marginais e esticão

Desporto rei

I
Começou o campeonato
Surge uma nova alegria
Já não se sente o buraco
Mesmo com a bolsa vazia
II
É anastesia geral
Que cria sonhos felizes
Gera uma euforia tal
Não se pensa mais em crises
III
Vamos ver os nossos craques
No campo ou televisões
Com defesas e ataques
P'ra ganhar os seus milhões

Agressões ambientais

I
Ciências do ambiente
Devem ser incrementadas
Mantê-las sempre presentes
E bastante divulgadas
II
Transvases e barragens
E a erosão constante
Só vão criar desvantagens
Reflectidas a jusante
III
Tráfego rodoviário
Nas zonas alcantiladas
É um péssimo cenário
Para as arribas escarpadas

Crise europeia

I
A violência em Inglaterra
É uma estirpe de terrorismo
Roubos, fogos, quase a guerra
Será só por vandalismo?
II
É bastante complicado
Pois começou na capital
E já terá alastrado
Pelo país em geral
III
Problemas de desemprego
E de carácter social
Motivarão pouco sossego
Àqueles que já estão mal
IV
A crise que nos enferma
Impõe grande reflexão
Do núcleo que nos governa
Para o controlo da situação

Descida histórica

I
Pela primeira vez uma agência
Baixou o rating aos Estados Unidos
Contaminando por influência
Os países mais deprimidos
II
Aumentam os pobretões
Na maior economia
Perto de 46 milhões
Andam de barriga vazia
III
Tem um baixo crescimento
E menos receitas fiscais
O desemprego em aumento
São fragilidades demais
IV
A China é o maior credor
E receia a situação
Baixará o seu valor
Com os States em recessão

BPN futebolista

I
Afastado das competições
Por se ter lesionado
Com muitas infiltrações
Está quase recuperado
II
BPN é um central
Com o valor do Coentrão
Mas transferido para o Real
Subiria a cotação

Derrapagem

I
Depois das grandes trapalhadas
Que o último Governo fez
Surgem novas salgalhadas
Estamos na mesma outra vez
II
Com este novo executivo
O país não está melhor
Continua deprimido
Vamos de mal a pior

4 de Agosto de 2011

Hospitais

Se tens mais de setenta
Mesmo que te sintas mal
Tem calma amigo e aguenta
Não baixes ao hospital
Se tal te acontecer
Vais ter uma morte macaca
Sem carinho nem amor
Ou cais redondo da maca
Ou morres no corredor

Portagens na Via do Infante

I
A Via do Infante com portagens
Não é uma boa medida
Só vai trazer desvantagens
Pois não tem alternativa
II
A 125 é uma rua
Já bastante saturada
Se o Algarve não actua
Irá ficar bloqueada

Re: Diário Económico