A Europa e nós

I

Na Europa a recessão

Está a miná-la por dentro

E o flagelo da corrupção

Tem na Ibéria o epicentro

II

Vislumbra-se uma tragédia

Impedi-la é urgente

Extinguir a classe média

Só ocorre a esta gente

III

O povo é fã do progresso

É normal o seu desejo

A elite quer o regresso

A passo de caranguejo

IV

Um coro levado da breca

Quando o Ministro entra em cena

Abre com a canção do Zeca

Grândola Vila Morena 

Pérolas do executivo

I - Legislação

O arrendamento urbano

Foi objecto de nova lei

Em fins do passado ano.

Se vai avante não sei;

II - Idosos

Na ânsia de executar

Sem prévia divulgação,

Muitas rendas a pagar

Excedem a magra pensão

III -Contribuintes

A política é uma ciência

Que o Governo domina mal

Sonha com a eficiência

Do contribuinte fiscal

IV - Idem

Toma a bica para espevitar

Sua vida triste e dura

Mas no acto de pagar

Tem de pedir a factura

V - Epílogo

Após tanta violência

A este povo pacífico

O Governo em decadência

Cairá pelo ridículo

Dose de cavalo

I

Ao líder da nossa Europa

Só lhe interessa o dinheiro

As trafulhices não topa

Deixa à solta o mixordeiro

II

O faminto tudo come

É fatal o seu destino

É pior morrer de fome

Que comer carne de equino

III

O efeito de maior abalo

Para quem está a governar

É a lasagna de cavalo

Pôr todos a escoicear

Remodelação BPN

I

A remodelação do executivo

Não trouxe nada melhor

O povo já deprimido

Passou de mal a pior

II

Relvas em corrida louca

Colado à sua cadeira

Cada vez que abre a boca

Entra mosca ou sai asneira

III

Passou pelo BPN

Onde houve fraudes sem fim

Ir para o Governo não deve

Com franqueza, Franquelim!

IV

Roubos no interior dum banco

Que deixam os cofres vazios

Pelo colarinho branco

São apenas uns desvios