domingo, 30 de outubro de 2011

Socorro aos bancos



I
Nas televisões nacionais
O herói é o dinheiro
Está em todos os canais
Desde o último ao primeiro
II
Políticos e comentadores 
Discutem o orçamento
Analisam sabedores
A situação do momento
III
Falam em coesão nacional
Discutem até à exaustão
Quanto à parte social
Mergulhou na escuridão
IV
Para o governo só há bancos,
Dívidas soberanas, mercados...
Quem trabalha são os tansos
Alegremente depenados

sábado, 29 de outubro de 2011

Música de embalar



I
Portugal está doente
Com prognóstico reservado
O povo está descontente
Por sentir-se defraudado
II
Conselheiros em reunião
Durante o ano, algumas vezes
Afinam o diapasão
Para dar música aos portugueses
III
Os lusos estão perdidos
Como o "Titanic" a afundar
Os passageiros distraídos
Com a orquestra a tocar

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O azar de não ter petróleo



I
Em Sanaa e em Damasco
Os poderes cascam bem
Será um grande fiasco
Se a NATO não intervém
II
Iemenitas e sírios
Só querem viver em paz
E que cessem os martírios
Mas não há petróleo nem gás!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Sonhar acordado



I
Os devaneios do executivo
Com finanças a dar o berro
Tornam-no mais ativo
Vira-se agora para o ferro
II
Moncorvo já está em estudo
Depois da agricultura e pescas
É bom que não falhe tudo
Como já falharam estas
III
Sonha também com o gás
Jorrando nos mares do sul
Que pode tornar incapaz
As praias e o mar azul
IV
A dura realidade
Sobre os assuntos focados
É mais uma veleidade
Dos que sonham acordados

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Boas férias e melhor Natal

I
Estamos no século XXI
Já bem longe do fascismo
Aparece sempre algum
Que aposta no divisionismo
II
Tem razão o Presidente
Que veio repor a verdade
O povo dirá presente
Se existir equidade
III
Havia muito para dizer
Deste orçamento infeliz
Não dá para compreender
Tão novos e já senis

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Descarrila o comboio

I
Transporte de qualidade 
Que serve a população
Seguro com comodidade
E escassa poluição
II
Como em geral no país
Está tudo a dar o berro
Este governo infeliz
Liquida os caminhos de ferro
III
Até no período da guerra
Queimou lenha por carvão
Cessou de vir de Inglaterra
Não houve paralisação
IV
Dizem "nuestros hermanos"
Que entre os transportes mil
De certo não encontramos
Melhor que"el ferrocarril"

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Buracos sem fundos

   I
Os ricos são intocáveis
Ninguém os põe a pagar
Peritos e muito hábeis
Na arte de esburacar
   II
Vamos cortar nas gorduras
Diz o líder com firmeza
Mas afinal as fissuras
São só feitas na magreza
   III
Classe média sob fogo
É um alvo infeliz
Não tem qualquer desafogo
Se acaba morre o país
   IV
Depois desta machadada
Na carteira de olhos postos
Não se vislumbra lá nada
Para pagar os impostos

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Cair no real

     I
Uma equipa esburacada
Batida pela Dinamarca
Uma derrota esperada
Só não ganha quem não marca
     II
Em vez de atletas apáticos
Um grupo de bons jogadores
Que podem não ser simpáticos
Mas fazem de nós vencedores
     III
A baliza do outro lado
Onde raramente se acerta
É um postigo aferrolhado
Na nossa janela aberta


Ref: Público

Mega Finança

               I
Certos mega financeiros
Habilidosos e sem pudor
Sacam mercados, banqueiros;
Governo, países... um horror!
               II
A concorrência a perceber
Que é forçada a retirar
É bem difícil prever
Onde tudo vai parar
               III
Problemas do Ocidente
Propagam-se tal como o som
Cuja mensagem aparente
Não augura nada de bom

domingo, 9 de outubro de 2011

Desvios sem saída

               I
A lei de funil de novo
Nos casos mais melindrosos
A parte estreita para o povo
Alarga para os poderosos

               II
É um verdadeiro terror
Ao nível da ditadura
É o povo cumpridor
Que paga sempre a factura

              III
Há desvios por toda a parte
Mas esse assunto encalhou
São feitos com muita arte
Quem mais fez melhor ficou

sábado, 1 de outubro de 2011

Isaltino em retiro

               I
A dois anos condenado
Isaltino o autarca
Diz que nada foi provado
Mantém a imagem de marca

               II
A gestão do presidente
Que acabou engaiolado
Deixa Oeiras descontente
Isaltino está exaltado

              III
Activo e esforçado
Irá descansar um tempo
Depois de se ter tramado
Por fraude e branqueamento

           Epílogo
Passado um escasso tempo
Ao convívio regressou
Accionada de momento
A Justiça funcionou


Ref: Público

Cortes na inteligência

                I
O fim das gratificações
Aos melhores estudantes
Gera muitas confusões
Nas cabeças bem pensantes

               II
Depois de tanto desnorte
Despesismos indecentes
Logo foi cair a sorte
Aos alunos inteligentes

              III
Institutos e fundações
E tanta inutilidade
Desbaratam os milhões
Sem pudor e sem verdade

               IV
Cortem naquele turismo
Que não trás qualquer vantagem
Ir ver as vacas sorrir
Há que travar a pastagem