segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Os Lusíadas (2011 remix)



Canto I


1

Os euros e os cifrões açambarcados 
Que a ocidental praga lusitana 
Por processos nunca antes utilizados 
Passaram além da dívida soberana 
Sem perigos e com golpes requintados 
Mais do que permitia a sua gana 
E entre gente pacata edificaram 
O neo riquismo, que tanto desejaram

1
[remix alternativo]
As armas dos ratings e dos mercados
Que na ocidental praia Lusitana
Causaram tantos e tais estragos
Fizeram do país promessa leviana
Entre défices e cortes continuados
Mais do que aguentaria a força humana
Assaz fartos, muitos lusos se andaram
E para terras remotas emigraram

domingo, 27 de novembro de 2011

Desigualdades



Há um desprezo total
Pelo povo trabalhador
Por um governo anormal
Que nos trama sem pudor

II
Afirmam com ar sisudo
Que teremos com certeza
De perder quase tudo
E regressar à pobreza

III
Aprendeu toda esta gente
Pelo velho catecismo
Falam calma e docemente
Mas com laivos de fascismo

IV
Será que o povo aguenta
Tamanha desigualdade?
Ou o polvo ainda rebenta
Por tanta voracidade?

Defender a democracia

I
Um partido destacado
Gera grandes confusões
Paga as quotas por atacado
Para ganhar eleições

II
A maioria vai chumbar
O plano anti-corrupção
Com gente desta a reinar
Está protegido o ladrão

III
O povo bem apoiado
Pelo elenco que nos guia
Competente e dedicado
Está salva a democracia

IV
Para culminar o sucesso
E termos um lugar ao sol
Os três efes estão de regresso
Fado, Fátima e futebol

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Esperam-se reforços

I
A equipa do BPN
Está ainda incompleta
Com o Oliveira ao leme
Surge sempre um novo atleta

II
O capitão só aposta
Num plantel afinado
E a defesa disposta
Com um Lima em cada lado

III
Evoluem no terreno
Dão um espectáculo brioso
Muito eficaz e sereno
Ingressa o central Raposo

IV
O team está desfalcado
E talvez noutro país
Deverá ser encontrado
Ponta-de-lança de raiz

V
É uma equipa de primeira
Rigorosa e muito hábil
De elevada craveira
E valor incalculável

domingo, 20 de novembro de 2011

Académica 3-0 Porto

I
Tem um excelente percurso
com aura e perfeita mística
Foi gramar comida de urso
em gíria futebolística

II
O Porto foi à Briosa
Mas o jogo correu mal
Apanhou uma grande tosa
Enfardou três no bornal

III
Mas a equipa tem patrão
Em futebol um senhor
Para já a solução
É varrer o treinador

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Cerco internacional à corrupção



I
Os negócios com Luanda
Poderão ser afectados
A corrupção é quem manda
Mas tem os dias contados

II
A Comissão Europeia
E também os Estados Unidos
Tentam destruir a teia
Dos países corrompidos

III
Há um cerco internacional
Que irá atingir Angola
Mas há sempre um coelho
A querer sair da cartola

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Mercados à solta



Sejam de esquerda ou de direita 
Os governos cairão 
Se não conseguirem a receita 
Dos senhores do cifrão 

II 
Em democracia eleitos 
Estão a ser afastados 
Os seus poderes são desfeitos 
Por não ceder aos mercados 

III 
Qualquer ministro é deposto 
Pelos mercados glutões 
Sem ideologia nem rosto 
Que nos sacam aos milhões

domingo, 13 de novembro de 2011

Brandos costumes



I
Os VIP's dos Estados Unidos
Após serem condenados
À cadeia são conduzidos
Devidamente algemados
II
Cá são estrelas imponentes
Ao sair do tribunal
Com as televisões presentes
Para lhes dar apoio moral
III
Alguns VIP's condenados
A vários anos de prisão
Passam a vida encantados
À espera da prescrição


[Imagem: antigas instalações do Tribunal de Portimão]

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Desvios no bom sentido



I
Outrora foram colónias
Alguns novos países
Acabaram sem cerimónias
Com antigas raízes


II
Uma potência mundial
O Brasil da Senhora Dilma
Levou um impulso vital
Do operário Lula da Silva


III
Cabo Verde e a secura
É um país genial
Investiu muito em cultura
Tem encanto musical


IV
Muitos casinos
Impostos leves
Macau está sempre a crescer
Bons salários, não há greves
Paraíso p'ra viver


V
É provável que Timor
Vá também evoluir
Governado com amor
Com o petróleo a fluir

Futebol à luz do dia



I
Caímos num ponto morto
Em enorme austeridade
Era bom que o desporto 
Poupasse electricidade


II
O Benfica joga em Braga
E há três interrupções
Acende a luz e apaga
Gera logo confusões


III
Estamos a recuar no tempo
Ao nível da monarquia
É pois chegado o momento
Futebol sempre de dia

Ref: TVI

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Será que funciona?


I
A justiça portuguesa
E do Brasil país irmão
Devem sentar-se à mesa
Em estreita colaboração

II
Os factos já alegados
Sobre a morte de Rosalina
São agora imputados
Ao suspeito Duarte Lima

III
Resta pois a obrigação
Da justiça funcionar
E agir com isenção
Para nos dignificar

IV
Já nos chega a Casa Pia
Face Oculta e Freeport
BPN e companhia
Onde foi perdido o norte

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Implosão em cadeia



I
As dificuldades aumentam
Para o vulgar cidadão
Já dificilmente se sentam
No café ou ao balcão

II
Bebiam uma bica e água
Em amena cavaqueira
Cortaram com grande mágoa
E só tomam a primeira

III
Com o agravar da situação
Foi-se tudo por inteiro
Ao café disseram não
Só se contentam com o cheiro

IV
Uma perda de amargar
Que os amigos desuniu
Para cúmulo do azar
O café também faliu 

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Make love. Bebés em Portugal


I
Há uma inversão da humanidade
No aumento populacional
Viver perdeu qualidade
Sobretudo em Portugal

II
Ritmos de trabalho violentos
Insegurança no emprego
"Lock out" e despedimentos
Geram falta de sossego

III
É pois lógico que um casal
Sujeito a estes sarilhos
Diga basta! não queremos tal
Vida triste para os filhos

IV  
Aos nascimentos não chegam
Incentivos de verdade
Cessa o abono de família
E baixa a natalidade