Idosos de partida

I
Na saúde os responsáveis
Não conhecem a razão
Nem as causas mais prováveis

Do óbito do ancião

II

Os remédios que tomaram

Perderem a eficácia

Sem dinheiro não voltaram

A recorrer à farmácia

III

Neste inverno duro e frio

Sem qualquer aquecimento

Com a vida já por um fio

Aliviam o orçamento

Exemplo a seguir

I
Portugal não assimilou
Com rigor e atenção
Como a Islândia ultrapassou
A difícil situação

II

Governantes processados

Pelos erros cometidos

Justamente condenados

E os seus cargos banidos

III

O que causa confusão

É que toda a gente cala

A digna resolução;

Da Islândia ninguém fala!

IV

Nós por cá continuamos

A fazer vida de bicho

Sem saber p'ra onde vamos

Insultados como lixo

Hidroterapia na Assembleia da República

I

Mudar a água na Assembleia

Traria grande despesa

Uma triste e errada ideia

Extinguir a água da mesa

II

A falta de água engarrafada

Causaria enorme dano

Com a saúde ameaçada

Ao beber água "d'el" cano

III

Não há desidratação

Com tanta água que metem

De garrafa ou garrafão

Bebam a água que merecem

IV

Como estamos enrascados

Para ver se isto aguenta

Melhor é serem regados

Com uma dose de água benta.

Visita do "Drácula"

I

A Troika veio confirmar
Neste Carnaval em festa
Se há alguém a trabalhar
Para extorquir o que resta
II
Continua a austeridade
E o desemprego aumenta
Reforça-se a caridade
Com manha salazarenta
III
Troika e Governo unidos
Amantes do capital
Querem lusos espremidos
Até à gota final

Visita Cancelada

I

Situação a descambar

Responsáveis dão à sola

Após visita marcada

Sem efeito a ida à escola

II

O "staff" organizou

Lista de falta de apoio

Algo anormal gorou

A ida à escola de Arroio

III

Foi assim o Presidente

Forçado a bater a asa

Se o povo está descontente

É melhor ficar em casa

Ref: Expresso

Carnaval Ameaçado

I

Artesãos de qualidade

Constroem os figurões

Que desfilam na cidade

P'ra gáudio dos foliões

II

Uma quadra tradicional

Plena de humor e alegria

Se acabar em Portugal

Há perda na economia

III

Os políticos desfilando

De Loulé até Ovar

Sua divisa espalhando

"Cá me estou a governar"

Corrida para o abismo

I

Pedala a Gécia e Portugal

Para a meta sem descanso

Na classificação geral

A primeira leva avanço

II

Em Atenas a violência

É a resposta aos sacrifícios

Já com falta de paciência

Pegam fogo aos edifícios

III

Por cá tudo como dantes

Tumultos não acontecem.

Nossa estirpe de governantes

Têm um povo que não merecem.

Queridos Líderes

I

É um país bem grotesco

Que precisa de alegria

Um ministro pôs-se ao fresco

Foi estudar filosofia

II

Saiu logo outra fornada

Prometendo fazer melhor

Com uma lata descarada

Passou-nos de mal a pior

III

Somos como um cesto roto

Já sem asas e sem pegas

Se nos lamentarmos um pouco

Logo nos chama "piegas"

Navio à deriva

I

O poder ocupa o ano

A reinar com o pessoal

Aos feriados o magano

Somou mais o Carnaval

II

Com certeza os foliões

Prosseguem a brincadeira

Desfilando os aldrabões

No podium da roubalheira

III

Face oculta e BPN

BCP e submarinos

Mestres na roda do leme

Com Limas e Isaltinos

Custe o que custar

I

Sem comer saem de casa

De mochila ou de sacola

Um cansaço que os arrasa

Chegam já com fome à escola

II

No ensino superior

Passa-se algo semelhante

Sem bolsa ou qualquer valor

Desiste assim o estudante

III

Ficaram os vícios antigos

O mais frágil é quem sofre.

Grandes tachos para os amigos

Um autêntico regabofe

IV

Acabou o Carnaval

Não há folga para reinar

É gemer e ir em frente

Força! Custe o que custar

Apoio à terceira idade

I

Velhos sozinhos em casa

É um enorme sacrifício

Sem aquecimento nem brasa

Recomendam-lhes exercício

II

Para melhor os apoiar

Os desportos são vitais

Forçados a praticar

Sobem os passes sociais

III

É uma boa terapia

Equivalente ao desporto

Mas em casa, em noite fria

Vão encontrá-lo já morto